terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Entrevista: DJ Nuts - "SALVA ESSA PORRA!"

Com a palavra, D.X:
No quarto dia deste mês de dezembro tive a honra de trocar uma ideia com o prestigiado DJ Nuts, que veio até Maringá pra tocar no já consagrado baile 16 Toneladas. Trocamos uma ideia sobre discotecagem, a dupla Nitro e tambem sobre música brasileira. Uma das primeiras vezes que ouvi falar do cara foi no blog do Paulo Napoli há uns dez anos atrás quando ele lançava o disco Vida X Game, com beats produzidos a partir de samples de videogames antigos.
DJ Nuts - pseudônimo de Rodrigo Velloso Teixeira - começou a discotecar no ano de 1989, em ambientes improvisados e festinhas de amigos, vigiado pelos garotos mais velhos, não tão amistosos, que estavam lá solicitos para caçoar do DJ iniciante. Outro frio na barriga se deu em 1993, já tocando em clube, no Sound Factory, Nuts entrou pra discotecar morrendo de medo pois o DJ que tocou anteriormente já tinha discotecado praticamente tudo o que estava no case do jovem Rorigo. Mas isso não foi o suficiente para desmotivá-lo.
Ainda na década de 90 teve início a Nitro formada por Nuts em parceria com o rapper Napoli. No youtube consegue-se ouvir quatro faixas de um EP da dupla lançada em 1998 no formato K7. Para o DJ, a principal conquista do grupo foram os fãs de verdade: -Eu prefiro ter o respeito de certas pessoas do que o respeito maior que se entende que é a fama! Foi o que ele me disse, antes de evidenciar a vontade de continuar o projeto. A dupla continua bons amigos, porém a parceria no som deverá ser aguardada por mais um tempo.
Em relação a discotecagem, Rodrigo Nuts foi pontual: -Eu diria que essa parada interessante que é o resultado da mistura de duas coisas é o mínimo da obrigação que um DJ deveria fazer. É isso mesmo! Em tempos de DJs de USB, alguns não fazem nem mesmo o mínimo considerado pelo entrevistado. Todavia, algumas das misturas - mix ou mashup - feitos por ele, são derivados de acapellas gravadas com o próprio celular, como foi o caso de Mantenha o Respeito de Marcelo D2 e outro caso especial, em que o DJ captou alguns vocais do prestigiado cantor de reggae, Pato Banton, durante uma breve estadia na Califórnia.
A preferência de Nuts tem sido por discotecar música brasileira ao invés da música rap, ainda que ele tenha revelado já ter feito festa de música nacional em São Paulo onde não foi "ninguém". Antigamente ele só tocava nossa música na gringa, pois pra ele, a molecada daqui queria só ouvir música norte-americana. Originais do Samba, Jorge Ben e Marku Ribas eles não queriam ouvir. Ainda segundo o DJ, "hoje em dia tá na moda ser brasileiro de novo".

Por fim, também questionei sobre projetos futuros e por enquanto, o foco de Nuts é o lançamento do disco em parceiria com Hélcio Milito, falecido irmão do também músico Osmar Milito. O projeto será primeiramente lançado em vinil, numa tiragem "covardemente limitada" de algumas dezenas de cópias: Pra fazer uma parada especial! É claro que, o mundo virtual terá o gostinho de hospedar a pedrada também. O projeto será lançado em outros formatos, menos em CD. -Nada mais em CD! Arrematou na mesma onda em que garantiu voltar a publicar novos materiais de seu garimpo pela música brasileira...
É claro que de toda nossa conversa gravada, muitas coisas ficaram de fora desta síntese acima. Porém, dependendo da resposta que tiver, posso voltar para publicar o áudio da entrevista na íntegra ou algum recorte dela futuramente. Agradeço imensamente a Bel Cardoso e a Lu Trabuca que cederam seus dispositivos móveis para realizar o registro. Ah! E o título que dei para esta publicação foi a última coisa falada por Rodrigo Nuts na entrevista: -SALVA ESSA PORRA!!
Até a próxima...

Fotos por Bruno Donato


Ouça o EP da Nitro:


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