terça-feira, 30 de agosto de 2016

Pincelada: Lasar Segall

Autorretrato III, 1927. Óleo s/ tela, 50,5 x 39 cm. Museu Lagar Segall.
Podemos dizer que Lasar Segall (1891-1957) investiu em sua formação artística. Partiu de um bairro judaico da Lituânia em direção ao ensino acadêmico em Berlin e Dresden, na Alemanha e após uma breve temporada no Brasil, expondo obras em Campinas e São Paulo na década de 1910, o artista se deparou com a visibilidade das vanguardas expressionistas que mudaram o cenário artístico alemão.
Em seus primeiros trabalhos, Segall se encontrava distante da primeira geração expressionista pois na academia de Belas Artes adquiriu tendências realistas e impressionistas as quais prevaleceram nas pinturas vendidas em terras brasileiras. Inclusive, a imagem de exotismo do país na memória do artista pesou em sua decisão de se instalar definitivamente no Brasil na década de 1920, quando trouxe consigo sua esposa e sua experiência artística. Neste período, o pintor já investia na deformação cubo-expressionista devido ao impacto das estéticas vanguardistas, porém sem perder seu substrato naturalista.


Referência:
Fernando Antonio Pinheiro Filho. Lasar Segall: arte em sociedade. São Paulo: Cosac Naify e Museu Lasar Segall, 2008 (Livro).

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Pincelada: Rubens Gerchman

Foto:AE

Em 2011, a preservação do acervo do artista brasileiro Rubens Gerchman (1942-2008) foi garantida graças ao Edital Pro Artes Visuais da FUNARTE, garantindo a criação do Instituto Rubens Gerchman e o lançamento do livro que gerou esta publicação: "Rubens Gerchman, o rei mau gosto". Seu trabalho consiste em pinturas, esculturas, fotografias, assemblagens e mais uma porção de obras em técnicas mistas que ajudam a pincelar a figura deste importante personagem.
Quando Nara Leão descreveu a obra "Lindonéia, a Gioconda do subúrbio" para Caetano Veloso, este compôs uma música homônima sem ao menos tê-la visto, lançando-a em seguida no LP "Tropicália ou Panis et circensis", de 1968, na voz da cantora. Gerchman se responsabilizou pela autoria da capa deste disco e fora isso, colaborou nos parangolés do também artista Hélio Oiticica, aquele mesmo que expôs no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1967, a obra Tropicália que, posteriormente, daria o nome ao movimento cultural baiano.


Referência:
Clara Gerchman. Rubens Gerchman, o rei do mau gosto. São Paulo: J. J. Carol, 2013 (Livro).

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Pincelada: Flávio de Carvalho

Autorretrato, 1965. Óleo s/ tela, 90,5 x 66,8 cm. Coleção MAM-SP.
Muitas vezes sendo atribuído como o primeiro performancer brasileiro que se tem notícia, Flávio Rezende de Carvalho (1899-1973) foi um vanguardista que ajudou na propagação da estética modernista de nosso país. Filho de legítimos barões de café, ainda adolescente estudou na Europa e lá presenciou a ebulição das vanguardas artísticas do início do século vinte. O futurismo de Marinetti, por exemplo, é tido pelo crítico Paolo Maranca como a inspiração para o expressionismo da obra pictórica de Flávio.
Após expor no Salão Revolucionário em 1931, participou ainda de todos os Salões de Maio, idealizado por Quirino da Silva, e também expôs nas três primeiras edições da Bienal Internacional de São Paulo. Munido de uma visão provocativa, realizou sua polêmica performance, experiência nº 2, em plena procissão de Corpus Christi, no ano de 1931. Se não fosse sua retirada estratégica das ruas, provavelmente seria agredido pela população que marchava durante o evento religioso.


Referência:
Luzia Portinari Greggio. Flávio de Carvalho, a revolução Modernista no Brasil. Brasília: 2012 (Livro).

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Batalha do Secreto - Edição #64


Conferimos de perto a Edição #64 da Batalha do Secreto, que acontece quinzenalmente aos sábados em Itanhaém - SP. Dê o play pra conferir algumas rimas que rolaram por lá.


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Pincelada: Frans Krajcberg

Foto: Felipe Gesteira
De origem polonesa, Frans Krajcberg* chegou ao Brasil em 1948, aos 27 anos. Mesmo tendo estudado na Escola de Belas Artes de Stuttgart, Alemanha, teve que trabalhar como operário do Museu de Arte Moderna para manter-se em São Paulo. Em 1951, além de participar na I Bienal Internacional de São Paulo, também expôs no 1º Salão de Arte Moderna de São Paulo pinturas que havia desenvolvido paralelamente ao seus serviços no museu.
Depois de morar em diversas cidades brasileiras, desenvolveu sua pesquisa artística rumo à exploração das inúmeras possibilidades dos materiais naturais. Com trabalhos que reaproveitam madeiras de queimadas e pigmentos da natureza, Krajcberg denuncia os crimes ecológicos e transforma os restos da natureza em seu próprio discurso de defesa. Como se suas obras nos traduzisse o pedido acanhado da natureza: "Você que gosta tanto de mim, por que não me defende?"

*Pronuncia-se "frans crájiber"

Referência:
Renata Sant'Anna e Valquíria Prates. Frans Krajcberg: a obra que não queremos ver. Coleção arte à primeira vista. São Paulo: Paulinas, 2006 (Livro).