sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Ensaios Gráficos

Com a palavra, D.X:
Neste ano, em meio a tantas correrias loucas, me surpreendi com o foco que consegui direcionar para o meu desenvolvimento enquanto ilustrador e artista visual. Por mais que isto tenha implicado no meu afastamento dos palcos, a empreitada foi valiosa. Desde o início do ano estive me dedicando para completar uma série de trabalhos que chamei de Ensaios Gráficos. Na definição original:

Isso que denominamos Ensaios Gráficos é uma série de estudos visuais realizada pela Láudano Artes na qual envolve uma pesquisa parcialmente fundamentada na abordagem triangular proposta por Ana Mae Barbosa. O objetivo é produzir conteúdos imagético e textual baseados nas produções culturais da humanidade e divulgá-los livremente para contribuir com o desenvolvimento de olhares críticos sobre arte e culturas visuais. 



Assim, desenvolvi quatorze ilustrações baseadas em pesquisas que me submeti para me aprofundar em alguns conhecimentos ligados à história da arte. Todas elas podem ser lidas aqui. Após a finalização da série, consegui ainda expor o resultado desta investigação na Biblioteca central da cidade, à convite da Secretaria de Cultura, na exposição que foi intitulada como Cartum, Cartoon, Cartone. Felizmente, um canal de televisão local fez a boa ação de registrá-la divulgando também as oficinas de cartum que integravam a proposta da exposição. Veja aqui:

Depois disso, imaginei que em cima das ilustrações originais eu poderia redesenhar estes trabalhos em formato digital nos softwares que utilizo em minha profissão fora da Láudano Artes. Resolvi tentar e o que vingou foi uma nova criação, ao meu ver. Por isso, aos poucos, estou substituindo as ilustrações originais aqui no blog pelas novas versões digitais, as quais tive um cuidado maior na composição. Fique à vontade para acessar os conteúdos! 
Voltamos com novidades em 2016! 
Boas festas...

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Entrevista: DJ Nuts - "SALVA ESSA PORRA!"

Com a palavra, D.X:
No quarto dia deste mês de dezembro tive a honra de trocar uma ideia com o prestigiado DJ Nuts, que veio até Maringá pra tocar no já consagrado baile 16 Toneladas. Trocamos uma ideia sobre discotecagem, a dupla Nitro e tambem sobre música brasileira. Uma das primeiras vezes que ouvi falar do cara foi no blog do Paulo Napoli há uns dez anos atrás quando ele lançava o disco Vida X Game, com beats produzidos a partir de samples de videogames antigos.
DJ Nuts - pseudônimo de Rodrigo Velloso Teixeira - começou a discotecar no ano de 1989, em ambientes improvisados e festinhas de amigos, vigiado pelos garotos mais velhos, não tão amistosos, que estavam lá solicitos para caçoar do DJ iniciante. Outro frio na barriga se deu em 1993, já tocando em clube, no Sound Factory, Nuts entrou pra discotecar morrendo de medo pois o DJ que tocou anteriormente já tinha discotecado praticamente tudo o que estava no case do jovem Rorigo. Mas isso não foi o suficiente para desmotivá-lo.
Ainda na década de 90 teve início a Nitro formada por Nuts em parceria com o rapper Napoli. No youtube consegue-se ouvir quatro faixas de um EP da dupla lançada em 1998 no formato K7. Para o DJ, a principal conquista do grupo foram os fãs de verdade: -Eu prefiro ter o respeito de certas pessoas do que o respeito maior que se entende que é a fama! Foi o que ele me disse, antes de evidenciar a vontade de continuar o projeto. A dupla continua bons amigos, porém a parceria no som deverá ser aguardada por mais um tempo.
Em relação a discotecagem, Rodrigo Nuts foi pontual: -Eu diria que essa parada interessante que é o resultado da mistura de duas coisas é o mínimo da obrigação que um DJ deveria fazer. É isso mesmo! Em tempos de DJs de USB, alguns não fazem nem mesmo o mínimo considerado pelo entrevistado. Todavia, algumas das misturas - mix ou mashup - feitos por ele, são derivados de acapellas gravadas com o próprio celular, como foi o caso de Mantenha o Respeito de Marcelo D2 e outro caso especial, em que o DJ captou alguns vocais do prestigiado cantor de reggae, Pato Banton, durante uma breve estadia na Califórnia.
A preferência de Nuts tem sido por discotecar música brasileira ao invés da música rap, ainda que ele tenha revelado já ter feito festa de música nacional em São Paulo onde não foi "ninguém". Antigamente ele só tocava nossa música na gringa, pois pra ele, a molecada daqui queria só ouvir música norte-americana. Originais do Samba, Jorge Ben e Marku Ribas eles não queriam ouvir. Ainda segundo o DJ, "hoje em dia tá na moda ser brasileiro de novo".

Por fim, também questionei sobre projetos futuros e por enquanto, o foco de Nuts é o lançamento do disco em parceiria com Hélcio Milito, falecido irmão do também músico Osmar Milito. O projeto será primeiramente lançado em vinil, numa tiragem "covardemente limitada" de algumas dezenas de cópias: Pra fazer uma parada especial! É claro que, o mundo virtual terá o gostinho de hospedar a pedrada também. O projeto será lançado em outros formatos, menos em CD. -Nada mais em CD! Arrematou na mesma onda em que garantiu voltar a publicar novos materiais de seu garimpo pela música brasileira...
É claro que de toda nossa conversa gravada, muitas coisas ficaram de fora desta síntese acima. Porém, dependendo da resposta que tiver, posso voltar para publicar o áudio da entrevista na íntegra ou algum recorte dela futuramente. Agradeço imensamente a Bel Cardoso e a Lu Trabuca que cederam seus dispositivos móveis para realizar o registro. Ah! E o título que dei para esta publicação foi a última coisa falada por Rodrigo Nuts na entrevista: -SALVA ESSA PORRA!!
Até a próxima...

Fotos por Bruno Donato


Ouça o EP da Nitro:


Desenho


https://www.instagram.com/laudanoartes/

O desenho, sendo uma forma de linguagem, frequentemente é utilizado na comunicação. Entendeu ou quer que eu desenhe? Quantas vezes utilizamos este questionamento já dando razão, ainda que sem querer, para aquela outra ideia que temos, onde "uma imagem vale mais do que mil palavras", não é mesmo?
Conforme Souza e Parpinelli (2014, p. 41), o desenho "envolve operações mentais como representar, relacionar, escolher, simbolizar, significar, entre outros, interferindo de forma direta na formação de conceitos". Quando desenhamos, mesmo sem dominar a técnica, estamos desenvolvendo a concentração, a atenção e a coordenação motora, além de trabalharmos a intuição e a sensibilidade.
Podemos defini-lo ainda nas modalidades livre, cópia e dirigido. Respectivamente quando o processo é guiado pelo indivíduo, de maneira leviana, quando o foco é na reprodução e representação fiel, e quando o tema é determinado e frequentemente desperta emoções no espectador.
Além do propósito de comunicação, ainda podemos usar esta técnica artística para nos expressarmos, seja desenhando por hobby ou por profissão. Inclusive a profissão de design tem sua origem no desenho e muitos dos objetos de design que estão à nossa volta, como automóveis, mobiliários, ferramentas, etc, tiveram seu projeto concebido por meio do desenho.


Referências:

Joana José Hina Machado de Souza, Roberta Stubs Parpinelli. PESQUISAS DE MATERIAIS EXPRESSIVOS. Unicesumar, Maringá, 2014 (Livro).