terça-feira, 2 de junho de 2015

Fragmentos de Marcelo Monteiro

Com a palavra, D.X:

Dos meus amigos que trabalham com arte, tenho certeza que o que mais tem se destacado na área das Artes Visuais é o Monteiro. Tenho receio em descrever as impressões que tive ao presenciar sua exposição intitulada Fragmentos, pois poderia gastar meus dedos redigindo centenas ou milhares de palavras e mesmo assim elas formariam uma síntese injusta e incompleta do que é experienciar o seu trabalho. Sempre que o encontro pessoalmente faço questão de me perder em conversas que podem parecer longas para quem está de fora, pois além de sincero e empolgante, a expressividade que o torna criatura viva é a mesma que se faz intrínseca em suas peças. 


Outra coisa que permeia nosso bate-papo é o tal do olhar de fora, a preocupação com o visitante leigo e o respeito ao público. Presenciei a realização de dois monumentos que pertencem à uma série desenvolvida em uma oficina improvisada na Universidade Estadual de Maringá e também fui convidado a dar uma lascada no imenso tronco de árvore que ainda estava em processo de concepção. Destes trabalhos, o mais recente carrega a essência de outras peças expostas no Convite às Artes Visuais, o vazado. A exposição não contou com nenhum de seus monumentos que se impõem pelas calçadas da UEM, pelo contrário, o que presenciei eram esculturas reduzidas em tamanho, mas não em significado.
Do rude ao delicado e do áspero ao polido a maior beleza de seu trabalho, em minha concepção, sempre será a tridimensionalidade. E não somente na robustez dos trabalhos mas também nas lacunas que se preenchem com o que está além da obra. Aqui até o vazio se faz completo. Que estes fragmentos nunca sejam comparados à migalhas, mas à uma parte de um todo que se ergue diariamente na consagração do monumental Marcelo Monteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, teça seus comentários. Lembre-se que gentileza gera gentileza.